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05/01/08 - Teatro do Elefante
Homem do Fole Seg Jan 21, 2008 1:47 am
Estão a ver aquele edifício cinzento de arquitectura "pós-macaca" ali na Avenida Luísa Todi e que está prestes a ser remodelado….? Pois é…. Não tem nada a ver!!! 
Também se trata de um espaço para espectáculos mas tem por nome Teatro do Elefante. E que surpresa…!!! Um espaço simpático, muito informal mas acolhedor (deve ter cerca de 100 m2, não mais que isso), convidativo para ambientes tertulianos e localizado num rés-do-chão com entrada pelas traseiras do Centro Comercial Aranguês. Confesso que desconhecia por completo o local apesar de já ter ouvido falar no Teatro do Elefante (… e eu que pensava que era apenas uma companhia de teatro…!)
Outra das surpresas da noite: Celebrar as Janeiras em Setúbal. Pode ter sido falha cultural grave da minha parte, mas desde que estou em Setúbal (venho a Setúbal desde 98 e resido desde 2004) nunca soube de qualquer acontecimento relacionado com as Janeiras. E se eu estava habituado a isso…!!!
Como tenho as raízes na Beira-Baixa era normal no serão do dia 5 de Janeiro, trazer o instrumento para o largo da igreja (todo aquele ser que soubesse tocar… nem que fosse campainhas de porta!) e quando o “rancho de gente” estava mais ou menos amanhado, percorrer a pé as ruas principais da aldeia (sim, pode ser difícil de acreditar mas tem mais de duas ruas….). Eram cantares bem animados, com paragens obrigatórias à porta das pessoas mais abastadas, onde era habitual pedir cantando “… uma morcela ou uma chouriça”. Se a porta nem sequer abrisse ou se a recepção não fosse a almejada pelos tocadores e cantadeiras lá saía de forma sonante: “trinca martelos, volta a trincar, barbas de farelo não tem nada que nos dar?”
Assim era na Aldeia de Santa Margarida (Idanha-a-Nova) tal como em muitas outras aldeias próximas. Mais tarde por motivos profissionais de início de “carreira” passei pelo Minho (Arcos de Valdevez). Aí, o relevo dado às Janeiras atinge o exponencial máximo que eu alguma vez já assisti. Já tinha passado os últimos seis anos no Alentejo (Évora) e apesar de lá também se comemorar as Janeiras, não se comparavam com qualquer dos casos anteriormente citados. Vim para Setúbal e o meu contacto com as Janeiras perdeu-se.
Eis senão quando, no dia 5 de Janeiro, OS ALCORRAZES foram convidados para estar presentes numa tertúlia que iria ter lugar no Teatro do Elefante. “Vamos fazer um serão musical com gente de Setúbal, poetas de Setúbal e já agora cantamos as Janeiras!” Esta foi a expressão que o caro Portugal da Silveira proferiu a quando do convite para lá estarmos. E em boa hora assim o fez! Foi para mim um voltar ao passado muito interessante, diria até surpreendente! Para além de terem estado presentes todos os membros do grupo (o que para nós é muito bom dada a reduzida disponibilidade por motivos profissionais de alguns de nós!), tivemos uma prestação com muita aceitação. Estiveram também presentes alguns poetas setubalenses que declamaram poesia de sua autoria e não só, destacando Paula Martins e Portugal da Silveira (e peço desculpa aos restantes dos quais não me recordo do nome…). Em termos musicais, para além da nossa colaboração, esteve também presente o maestro Carlos Pinto, o Batista (grupo Cetóbriga) e os anfitriões da casa com um trecho musical de uma peça teatral em representação nesta sala.
Em suma, um espectáculo informal com qualidade, diria até “familiar”, onde recordei com saudade as Janeiras.... “entre paredes”!
Lanço aqui um repto aos meus colegas Alcorrazes: no próximo ano, pedimos as autorizações necessárias na Câmara ou GNR, para podermos cantar as Janeiras pelas ruas da Baixa (de noite), convidando também outros grupos musicais e teatrais que queiram colaborar. Fica aqui o desafio.
Se este ano foi bom, para o ano será melhor.
Deixo aqui algumas fotos da nossa actuação, tiradas pela nossa fotógrafa de serviço sempre que estamos em palco e não só! Obrigado Paula Pereira.
https://i.servimg.com/u/f32/11/69/19/51/rui_lo10.jpg
https://i.servimg.com/u/f32/11/69/19/51/rui_lo11.jpg
https://i.servimg.com/u/f32/11/69/19/51/rui_lo12.jpg
Beijinhos e Bagaços
Também se trata de um espaço para espectáculos mas tem por nome Teatro do Elefante. E que surpresa…!!! Um espaço simpático, muito informal mas acolhedor (deve ter cerca de 100 m2, não mais que isso), convidativo para ambientes tertulianos e localizado num rés-do-chão com entrada pelas traseiras do Centro Comercial Aranguês. Confesso que desconhecia por completo o local apesar de já ter ouvido falar no Teatro do Elefante (… e eu que pensava que era apenas uma companhia de teatro…!)
Outra das surpresas da noite: Celebrar as Janeiras em Setúbal. Pode ter sido falha cultural grave da minha parte, mas desde que estou em Setúbal (venho a Setúbal desde 98 e resido desde 2004) nunca soube de qualquer acontecimento relacionado com as Janeiras. E se eu estava habituado a isso…!!!
Como tenho as raízes na Beira-Baixa era normal no serão do dia 5 de Janeiro, trazer o instrumento para o largo da igreja (todo aquele ser que soubesse tocar… nem que fosse campainhas de porta!) e quando o “rancho de gente” estava mais ou menos amanhado, percorrer a pé as ruas principais da aldeia (sim, pode ser difícil de acreditar mas tem mais de duas ruas….). Eram cantares bem animados, com paragens obrigatórias à porta das pessoas mais abastadas, onde era habitual pedir cantando “… uma morcela ou uma chouriça”. Se a porta nem sequer abrisse ou se a recepção não fosse a almejada pelos tocadores e cantadeiras lá saía de forma sonante: “trinca martelos, volta a trincar, barbas de farelo não tem nada que nos dar?”
Assim era na Aldeia de Santa Margarida (Idanha-a-Nova) tal como em muitas outras aldeias próximas. Mais tarde por motivos profissionais de início de “carreira” passei pelo Minho (Arcos de Valdevez). Aí, o relevo dado às Janeiras atinge o exponencial máximo que eu alguma vez já assisti. Já tinha passado os últimos seis anos no Alentejo (Évora) e apesar de lá também se comemorar as Janeiras, não se comparavam com qualquer dos casos anteriormente citados. Vim para Setúbal e o meu contacto com as Janeiras perdeu-se.
Eis senão quando, no dia 5 de Janeiro, OS ALCORRAZES foram convidados para estar presentes numa tertúlia que iria ter lugar no Teatro do Elefante. “Vamos fazer um serão musical com gente de Setúbal, poetas de Setúbal e já agora cantamos as Janeiras!” Esta foi a expressão que o caro Portugal da Silveira proferiu a quando do convite para lá estarmos. E em boa hora assim o fez! Foi para mim um voltar ao passado muito interessante, diria até surpreendente! Para além de terem estado presentes todos os membros do grupo (o que para nós é muito bom dada a reduzida disponibilidade por motivos profissionais de alguns de nós!), tivemos uma prestação com muita aceitação. Estiveram também presentes alguns poetas setubalenses que declamaram poesia de sua autoria e não só, destacando Paula Martins e Portugal da Silveira (e peço desculpa aos restantes dos quais não me recordo do nome…). Em termos musicais, para além da nossa colaboração, esteve também presente o maestro Carlos Pinto, o Batista (grupo Cetóbriga) e os anfitriões da casa com um trecho musical de uma peça teatral em representação nesta sala.
Em suma, um espectáculo informal com qualidade, diria até “familiar”, onde recordei com saudade as Janeiras.... “entre paredes”!
Lanço aqui um repto aos meus colegas Alcorrazes: no próximo ano, pedimos as autorizações necessárias na Câmara ou GNR, para podermos cantar as Janeiras pelas ruas da Baixa (de noite), convidando também outros grupos musicais e teatrais que queiram colaborar. Fica aqui o desafio.
Se este ano foi bom, para o ano será melhor.
Deixo aqui algumas fotos da nossa actuação, tiradas pela nossa fotógrafa de serviço sempre que estamos em palco e não só! Obrigado Paula Pereira.
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Beijinhos e Bagaços
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